Direção: James Gunn
Elenco: Rainn Wilson, Ellen Page, Kevin Bacon, Liv Tyler
Um
dos principais conceitos de construção estrutural de uma história é a jornada
do herói. Desenvolvido pelo escritor e palestrante Joseph Campbell, diz respeito
ao protagonista do enredo, o Herói, que deve passar por transformações em sua
jornada rumo ao bem comum, em meio a redenções e sacrifícios. Em ficção, isso é
explícito normalmente em filmes com mitologia de super-heróis em realidades
diferentes à nossa. Enquanto paródia (uma maneira de zombar ou caricaturar os
super-heróis), essa “cartilha” é abandonada, em prol da comédia e da ação sem
uma base em uma possível mensagem. E Super
é um trabalho que conciliou a seriedade e o humor; expôs a mitologia por meio
da paródia, se utilizando também dos princípios do heroísmo clássico: o desejo
de fazer o bem.
Frank
(Rainn Wilson, da série The Office) é
um cara absurdamente comum e um pouco perturbado, que só tem uma coisa que vale
a pena em sua vida: sua esposa (Liv Tyler, da trilogia The Lord of the Rings). Quando ela é “roubada” por um traficante e
chefão do crime (Kevin Bacon, de X-Men:
First Class), Frank, após uma epifania quase religiosa, decide lutar contra
tudo o que o deixa inconformado: o crime, a corrupção, a maldade. Assume o
alter-ego de Crimson Bolt, e, ao lado da entusiasta e hiperativa Libby (Ellen
Page, indicada ao Oscar por Juno),
sai pelas ruas com sua chave inglesa atrás de justiça e, finalmente, retomar
sua vida feliz com a esposa.
O
diretor faz uma homenagem ao estilo das HQs e séries de super-heróis clássicas,
com o herói colocando rapidamente seu traje quando vê alguma coisa a ser
corrigida, ou na forma de vigilante, esperando alguma coisa acontecer. As cenas
de ação são bem coreografadas e a violência é explícita. O drama é atingido
através da demonstração do “tosco” e da ação humorística, que levam o
espectador a um desfecho tão emotivo e sério para os padrões do filme, que
chega a ser espantoso. A intenção fica clara em todos os momentos: o despertar
para sua verdadeira vocação na vida, a busca por aliados, o treino, a
motivação, e o desfecho.
Tudo
estruturado milimetricamente de acordo com o clássico, mas apresentando
situações inovadoras e personagens com desejos diferentes. Tão surpreendente,
que passa Super de um filme LEGAL
para um filme BOM, carregado de absorções superiores e instintos naturais.
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