Direção: Simon Curtis
Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Emma Watson, Judi Dench
O
mundo inteiro sabe quem foi Marilyn Monroe. O símbolo de inocência e
sexualidade, a queridinha americana de todos os tempos, a grande atriz da
história. Mas o que poucos sabem é quem é Norma Jeane Baker, nome real da atriz:
uma mulher triste, melancólica, quase arrependida da vida que tinha e desejando
nada mais que se estabilizar com seu marido e levar uma vida normal fora dos
holofotes. A vida pessoal de Monroe, principalmente a de seus últimos anos de
vida, não foi nada comparado ao que a mídia divulgava. Cansada de tudo, vendo
todos que a amavam irem embora, se tornou uma mulher deprimida, afetando
profundamente seu bom andamento dentro de um set. E essa foi talvez a parte
mais surpreendente de My Week with
Marilyn; o primeiro filme contemporâneo sobre Marilyn Monroe é focado na
mulher por trás da personalidade, em um ano de infelicidades consecutivas em
sua vida.
Em
1957, seis anos antes de sua morte, Monroe é convidada pelo diretor Laurence
Olivier (Kenneth Branagh, indicado ao Oscar por Henry V) para estrelar seu mais novo filme, The Prince and the Showgirl. Ao se mudar para a Inglaterra para as
gravações, acaba conhecendo o assistente de direção Colin Clark (Eddie
Redmayne), personalidade que escreveu um livro sobre o período de tempo que
passou com Marilyn. Durante a semana, em meio a conflitos estressantes no set
com o diretor, Marilyn acaba caindo mais profundamente em um triste período de
perda de identidade, enquanto Colin tenta desesperadamente resgatá-la.
Scarlett
Johansson (de Vicky Cristina Barcelona)
estava fortemente cotada para o papel, durante a pré-produção. Obviedade muito
grande ou “piada interna” bem sacada, dar o papel para a mulher que é
considerada a Marilyn Monroe atual? No fim, Michelle Williams (indicada ao
Oscar por Brokeback Mountain e Blue Valentine) ganhou a honra de
interpretar o ícone. A captação de trejeitos era fundamental para os momentos
Marilyn Monroe, mas um desenvolvimento de novas características e maneirismos
até então desconhecidos do mundo foi necessário, já que, acima de Monroe,
Williams foi Norma Jeane nesse filme. Houve momentos em que ela jogou a pose
sexual para o alto e foi enxergada da maneira que queria, e Williams captou
perfeitamente os dois lados.
A
caracterização da época, os anos 50 na Inglaterra, foi em volta do que a atriz
representava. Ela era a única beleza estonteante, a mais bem vestida, a
invejada por todos. Assim como Monroe brilhou no mundo, brilhou no filme
também. Obviamente, de maneira muito mais vulnerável do que esperado. E o
curto período de tempo representado no filme deu a oportunidade de engrandecer
a personalidade (o inverso do que The
Iron Lady fez com Margaret Thatcher), e possibilitou que o mundo finalmente
visse que, não importa a vida maravilhosa que os outros fizeram para você, se
você não teve a chance de construí-la da maneira que queria. E ao que tudo
indica, foi justamente a pressão que levou ao possível suicídio de Monroe em
1962, com apenas 36 anos.
My Week with Marilyn nada mais é que a verdadeira cara da cara dos
EUA. O filme não é ponto alto, mas a abordagem e representação da protagonista
fazem de tudo uma experiência agradável e reflexível.
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