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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

My Week with Marilyn

Filme: Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn), 2011
Direção: Simon Curtis
Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Emma Watson, Judi Dench





O mundo inteiro sabe quem foi Marilyn Monroe. O símbolo de inocência e sexualidade, a queridinha americana de todos os tempos, a grande atriz da história. Mas o que poucos sabem é quem é Norma Jeane Baker, nome real da atriz: uma mulher triste, melancólica, quase arrependida da vida que tinha e desejando nada mais que se estabilizar com seu marido e levar uma vida normal fora dos holofotes. A vida pessoal de Monroe, principalmente a de seus últimos anos de vida, não foi nada comparado ao que a mídia divulgava. Cansada de tudo, vendo todos que a amavam irem embora, se tornou uma mulher deprimida, afetando profundamente seu bom andamento dentro de um set. E essa foi talvez a parte mais surpreendente de My Week with Marilyn; o primeiro filme contemporâneo sobre Marilyn Monroe é focado na mulher por trás da personalidade, em um ano de infelicidades consecutivas em sua vida.

Em 1957, seis anos antes de sua morte, Monroe é convidada pelo diretor Laurence Olivier (Kenneth Branagh, indicado ao Oscar por Henry V) para estrelar seu mais novo filme, The Prince and the Showgirl. Ao se mudar para a Inglaterra para as gravações, acaba conhecendo o assistente de direção Colin Clark (Eddie Redmayne), personalidade que escreveu um livro sobre o período de tempo que passou com Marilyn. Durante a semana, em meio a conflitos estressantes no set com o diretor, Marilyn acaba caindo mais profundamente em um triste período de perda de identidade, enquanto Colin tenta desesperadamente resgatá-la.

Scarlett Johansson (de Vicky Cristina Barcelona) estava fortemente cotada para o papel, durante a pré-produção. Obviedade muito grande ou “piada interna” bem sacada, dar o papel para a mulher que é considerada a Marilyn Monroe atual? No fim, Michelle Williams (indicada ao Oscar por Brokeback Mountain e Blue Valentine) ganhou a honra de interpretar o ícone. A captação de trejeitos era fundamental para os momentos Marilyn Monroe, mas um desenvolvimento de novas características e maneirismos até então desconhecidos do mundo foi necessário, já que, acima de Monroe, Williams foi Norma Jeane nesse filme. Houve momentos em que ela jogou a pose sexual para o alto e foi enxergada da maneira que queria, e Williams captou perfeitamente os dois lados.

A caracterização da época, os anos 50 na Inglaterra, foi em volta do que a atriz representava. Ela era a única beleza estonteante, a mais bem vestida, a invejada por todos. Assim como Monroe brilhou no mundo, brilhou no filme também. Obviamente, de maneira muito mais vulnerável do que esperado. E o curto período de tempo representado no filme deu a oportunidade de engrandecer a personalidade (o inverso do que The Iron Lady fez com Margaret Thatcher), e possibilitou que o mundo finalmente visse que, não importa a vida maravilhosa que os outros fizeram para você, se você não teve a chance de construí-la da maneira que queria. E ao que tudo indica, foi justamente a pressão que levou ao possível suicídio de Monroe em 1962, com apenas 36 anos.

My Week with Marilyn nada mais é que a verdadeira cara da cara dos EUA. O filme não é ponto alto, mas a abordagem e representação da protagonista fazem de tudo uma experiência agradável e reflexível.




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