Direção: Stephen Daldry
Elenco: Thomas Horn, Tom Hanks, Sandra Bullock, Max von Sydow, Viola Davis
Não
posso dizer que não entendo o que alguns críticos quiseram dizer ao chamar Extremely Loud and Incredibly Close de
uma isca para o Oscar. Muitos acharam a história uma desculpa esfarrapada para
uma inclusão maior do 9/11 no filme, que por sua vez, também foi considerado um
tema explorado exageradamente até a raiz, uma vez que o livro que deu origem ao
roteiro, de Jonathan Safran Foer, não dá tanta atenção ao evento (segundo
minhas pesquisas, já que não li o livro). No entanto, não sei se foi a minha
impressão pessoal, mas consegui enxergar – e muito – o drama dos personagens
que vai muito além daquele causado pelo trágico dia marcado na história. E é
por isso que achei o filme excelente.
Stephen
Daldry está, até agora, com uma filmografia impecável. Billy Elliot, The Hours e
The Reader, os três lhe rendendo uma
indicação ao Oscar à Melhor Diretor, e os dois últimos recebendo indicações à
Melhor Filme e entregando as estatuetas à Nicole Kidman e Kate Winslet,
respectivamente. O que mostra que Daldry sabe como ninguém contar uma história
de drama. A começar pela trilha sonora, sempre clássica, sempre com o piano
predominante, presente em quase todas as cenas como música de fundo, dando
tensão e intensidade aos diálogos, nos deixando com uma expectativa enorme de
que alguma coisa muito forte irá acontecer, e o dramatismo aflora atingindo os
atores, os cenários e o roteiro. Indica cada vez mais um futuro de autoria de
seus filmes, um estilo próprio e único de melodrama e personagens provocantes,
conflitantes e tristes.
Thomas
Horn, o jovem ator estreante de 14 anos, interpreta Oskar Schell, um garoto inteligente
e cheio de fobias e maneirismos, que se vê perdido após a morte do pai (Tom
Hanks, vencedor do Oscar por Forrest Gump)
no World Trade Center, e com uma mãe (Sandra Bullock, vencedora do Oscar por The Blind Side) que não sabe conciliar o
luto com o resto de sua vida. O pai sempre incentivou Oskar a melhorar sua
reclusão e timidez através de jogos e investigações, e quando o garoto encontra
uma chave num envelope com apenas um nome, mergulha numa busca por New
York na tentativa de descobrir o que o pai deixou para trás. Max von Sydow (de Shutter Island, indicado ao Oscar pelo
papel em discussão) e Viola Davis (indicada ao Oscar por The Help) acabam se tornando integrantes na busca pela verdade do
garoto.
Muitos
disseram que o 9/11 serviu de muleta para a história, o que não é verdade, já
que a história se sustentaria muito bem se o personagem de Tom Hanks tivesse
morrido de outra maneira. Foi um elemento (e um nada desgastado) que não
interferiu na evolução do roteiro e ainda conseguiu transpor o caos emotivo que
foi aquele dia sem forçar a barra. Oskar não se tornou um garoto problemático
por conta do desastre, mas sim pelo fato de não ter mais o pai ao lado, aquela
figura que representava segurança e ajuda. E o jovem transparece isso de
maneira que eu nunca havia visto antes, vindo de um ator mirim. As cenas de
montagem rápida onde ele narra tudo o que o amedronta e o preocupa, tudo que
está dando errado em sua jornada e em sua vida, apontam um desespero atuado
competentemente e uma carreira que promete. Sem contar o elenco adulto,
composto por grandes nomes do cinema.
Um
protagonista rico em criação e uma história bem amarrada. Mais uma ótima adição
à filmografia de Stephen Daldry, um diretor para sempre ficarmos de olho.
Concordo plenamente com sua opinião. Esse filme é excelente e a maior surpresa com certeza foi Thomas Horn, ele me impressionou com seu talento, sua atuação fez a diferença nos momentos mais dramáticos do filme. Thomas Horn e Stephen Daldry são dois nomes que vou seguir de perto.
ResponderExcluirConcordo. O menino é sensacional. Tem um olhar penetrante, fala com expressões faciais, ele é mesmo incrivel. O filme me deixou atordoada pela maneira dificil de contar a estória. O cara é gênio. A questão do 9/11: posso ser ingênua, mas acho que foi de longe (na minha opinião) a melhor maneira de mostrar ao mundo os reais sentimentos e consequências ocorridas dentro das familias depois do "pior dia".
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