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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Extremely Loud and Incredibly Close

Filme: Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close), 2011
Direção: Stephen Daldry
Elenco: Thomas Horn, Tom Hanks, Sandra Bullock, Max von Sydow, Viola Davis





Não posso dizer que não entendo o que alguns críticos quiseram dizer ao chamar Extremely Loud and Incredibly Close de uma isca para o Oscar. Muitos acharam a história uma desculpa esfarrapada para uma inclusão maior do 9/11 no filme, que por sua vez, também foi considerado um tema explorado exageradamente até a raiz, uma vez que o livro que deu origem ao roteiro, de Jonathan Safran Foer, não dá tanta atenção ao evento (segundo minhas pesquisas, já que não li o livro). No entanto, não sei se foi a minha impressão pessoal, mas consegui enxergar – e muito – o drama dos personagens que vai muito além daquele causado pelo trágico dia marcado na história. E é por isso que achei o filme excelente.

Stephen Daldry está, até agora, com uma filmografia impecável. Billy Elliot, The Hours e The Reader, os três lhe rendendo uma indicação ao Oscar à Melhor Diretor, e os dois últimos recebendo indicações à Melhor Filme e entregando as estatuetas à Nicole Kidman e Kate Winslet, respectivamente. O que mostra que Daldry sabe como ninguém contar uma história de drama. A começar pela trilha sonora, sempre clássica, sempre com o piano predominante, presente em quase todas as cenas como música de fundo, dando tensão e intensidade aos diálogos, nos deixando com uma expectativa enorme de que alguma coisa muito forte irá acontecer, e o dramatismo aflora atingindo os atores, os cenários e o roteiro. Indica cada vez mais um futuro de autoria de seus filmes, um estilo próprio e único de melodrama e personagens provocantes, conflitantes e tristes.

Thomas Horn, o jovem ator estreante de 14 anos, interpreta Oskar Schell, um garoto inteligente e cheio de fobias e maneirismos, que se vê perdido após a morte do pai (Tom Hanks, vencedor do Oscar por Forrest Gump) no World Trade Center, e com uma mãe (Sandra Bullock, vencedora do Oscar por The Blind Side) que não sabe conciliar o luto com o resto de sua vida. O pai sempre incentivou Oskar a melhorar sua reclusão e timidez através de jogos e investigações, e quando o garoto encontra uma chave num envelope com apenas um nome, mergulha numa busca por New York na tentativa de descobrir o que o pai deixou para trás. Max von Sydow (de Shutter Island, indicado ao Oscar pelo papel em discussão) e Viola Davis (indicada ao Oscar por The Help) acabam se tornando integrantes na busca pela verdade do garoto.

Muitos disseram que o 9/11 serviu de muleta para a história, o que não é verdade, já que a história se sustentaria muito bem se o personagem de Tom Hanks tivesse morrido de outra maneira. Foi um elemento (e um nada desgastado) que não interferiu na evolução do roteiro e ainda conseguiu transpor o caos emotivo que foi aquele dia sem forçar a barra. Oskar não se tornou um garoto problemático por conta do desastre, mas sim pelo fato de não ter mais o pai ao lado, aquela figura que representava segurança e ajuda. E o jovem transparece isso de maneira que eu nunca havia visto antes, vindo de um ator mirim. As cenas de montagem rápida onde ele narra tudo o que o amedronta e o preocupa, tudo que está dando errado em sua jornada e em sua vida, apontam um desespero atuado competentemente e uma carreira que promete. Sem contar o elenco adulto, composto por grandes nomes do cinema.

Um protagonista rico em criação e uma história bem amarrada. Mais uma ótima adição à filmografia de Stephen Daldry, um diretor para sempre ficarmos de olho.




2 comentários:

  1. Concordo plenamente com sua opinião. Esse filme é excelente e a maior surpresa com certeza foi Thomas Horn, ele me impressionou com seu talento, sua atuação fez a diferença nos momentos mais dramáticos do filme. Thomas Horn e Stephen Daldry são dois nomes que vou seguir de perto.

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  2. Concordo. O menino é sensacional. Tem um olhar penetrante, fala com expressões faciais, ele é mesmo incrivel. O filme me deixou atordoada pela maneira dificil de contar a estória. O cara é gênio. A questão do 9/11: posso ser ingênua, mas acho que foi de longe (na minha opinião) a melhor maneira de mostrar ao mundo os reais sentimentos e consequências ocorridas dentro das familias depois do "pior dia".

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