Direção: Drake Doremus
Elenco: Anton Yelchin, Felicity Jones, Jennifer Lawrence, Alex Kingston, Oliver Muirhead
Um
filme estarrecedor. É se deparando com filmes como esse que todo aspirante a
diretor vê como é possível fazer cinema de qualidade com tão pouco. A beleza
mora na simplicidade em Like Crazy, e
ainda assim, diz muito sobre todas as facetas de um relacionamento que encontra
algumas lombadas pelo caminho.
Anton
Yelchin (de Alpha Dog) e Felicity
Jones (de The Tempest) interpretam
Jacob e Anna, dois estudantes de uma faculdade em Los Angeles. Anna é inglesa,
e possui um visto provisório de estudante. Quando os dois se apaixonam e começam
a viver um intenso romance após o término da faculdade, Anna acaba violando o
visto, sendo mandada de volta imediatamente para a Inglaterra e banida dos EUA.
O casal, perdidamente apaixonado, tem que aprender a conviver com a distância e
entender o que é preciso para fazer o relacionamento dar certo. E quanto tudo
vai ficando cada vez mais difícil, a verdadeira face da situação se revela,
colocando forças renovadas dos dois à prova.
Like Crazy, diferente da maioria dos filmes de drama e
romance, é focado no quê é querer tanto alguma coisa, não só no relacionamento
em si. Quando uma pessoa ama, a determinação aparece de fontes que até então
não existiam, mas tudo uma hora esgota, apesar do amor sempre presente. Quando
há forças exteriores impossíveis de se burlar interferindo, como aprender a se
modificar por um bem maior? O amor interrompido é o argumento principal do
filme.
Os
dois protagonistas são ótimos, tanto os atores quanto os personagens, mas
Felicity Jones é uma verdadeira revelação. A atriz já havia trabalhado em
vários outros filmes, mas este é o primeiro onde ela pôde mostrar o que sabe
fazer. E sabe fazer muito, por sinal. Like
Crazy conta também com a presença da brilhante Jennifer Lawrence, uma das
atrizes que mais gosto. Depois de ter sido indicada ao Oscar por Winter’s Bone, a carreira dela deslanchou.
Chega uma hora em que fica difícil torcer pelo casal, quando colocam Lawrence
no papel de “a outra garota”. Mas apesar de tudo, presenciar o esforço de Jacob
e Anna dá o trunfo ao casal.
Jones
disse em uma entrevista que o roteiro foi 100% improvisado durante as gravações,
e a espontaneidade da produção é traduzida numa mise-en-scène descontraída e
leviana no bom sentido. Takes
externos possuem uma fotografia característica do cinema independente atual e a
edição é conduzida de maneira a dar impressão de que o tempo está passando
bruscamente, coisa que acontece com freqüência na história. Esse estilo
“neo-real”, por assim dizer, de contar uma bela história de romance faz de Like Crazy o The Bridges of Madison County dessa geração, levando o espectador
ao sofrimento, à ansiedade e empatia com a vida da ficção.
Abram
a cabeça, entendam que a realidade é dura, e assistam a esse filme incrível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário