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quinta-feira, 1 de março de 2012

Like Crazy

Filme: Like Crazy, 2011
Direção: Drake Doremus
Elenco: Anton Yelchin, Felicity Jones, Jennifer Lawrence, Alex Kingston, Oliver Muirhead





Um filme estarrecedor. É se deparando com filmes como esse que todo aspirante a diretor vê como é possível fazer cinema de qualidade com tão pouco. A beleza mora na simplicidade em Like Crazy, e ainda assim, diz muito sobre todas as facetas de um relacionamento que encontra algumas lombadas pelo caminho.

Anton Yelchin (de Alpha Dog) e Felicity Jones (de The Tempest) interpretam Jacob e Anna, dois estudantes de uma faculdade em Los Angeles. Anna é inglesa, e possui um visto provisório de estudante. Quando os dois se apaixonam e começam a viver um intenso romance após o término da faculdade, Anna acaba violando o visto, sendo mandada de volta imediatamente para a Inglaterra e banida dos EUA. O casal, perdidamente apaixonado, tem que aprender a conviver com a distância e entender o que é preciso para fazer o relacionamento dar certo. E quanto tudo vai ficando cada vez mais difícil, a verdadeira face da situação se revela, colocando forças renovadas dos dois à prova.

Like Crazy, diferente da maioria dos filmes de drama e romance, é focado no quê é querer tanto alguma coisa, não só no relacionamento em si. Quando uma pessoa ama, a determinação aparece de fontes que até então não existiam, mas tudo uma hora esgota, apesar do amor sempre presente. Quando há forças exteriores impossíveis de se burlar interferindo, como aprender a se modificar por um bem maior? O amor interrompido é o argumento principal do filme.

Os dois protagonistas são ótimos, tanto os atores quanto os personagens, mas Felicity Jones é uma verdadeira revelação. A atriz já havia trabalhado em vários outros filmes, mas este é o primeiro onde ela pôde mostrar o que sabe fazer. E sabe fazer muito, por sinal. Like Crazy conta também com a presença da brilhante Jennifer Lawrence, uma das atrizes que mais gosto. Depois de ter sido indicada ao Oscar por Winter’s Bone, a carreira dela deslanchou. Chega uma hora em que fica difícil torcer pelo casal, quando colocam Lawrence no papel de “a outra garota”. Mas apesar de tudo, presenciar o esforço de Jacob e Anna dá o trunfo ao casal.

Jones disse em uma entrevista que o roteiro foi 100% improvisado durante as gravações, e a espontaneidade da produção é traduzida numa mise-en-scène descontraída e leviana no bom sentido. Takes externos possuem uma fotografia característica do cinema independente atual e a edição é conduzida de maneira a dar impressão de que o tempo está passando bruscamente, coisa que acontece com freqüência na história. Esse estilo “neo-real”, por assim dizer, de contar uma bela história de romance faz de Like Crazy o The Bridges of Madison County dessa geração, levando o espectador ao sofrimento, à ansiedade e empatia com a vida da ficção.

Abram a cabeça, entendam que a realidade é dura, e assistam a esse filme incrível.




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