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quarta-feira, 7 de março de 2012

O Baú: 500 Days of Summer

Filme: 500 Dias Com Ela (500 Days of Summer), 2009
Direção: Marc Webb
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel





O estreante diretor Marc Webb inovou o gênero das “dramédias” românticas com 500 Days of Summer, pois o filme se tornou contemporaneamente a última palavra em o que é se apaixonar. Trazendo consigo um visual inventivo e sendo considerado o Annie Hall (filme de Woody Allen) dessa geração, acompanhamos uma história que crava no peito a difícil realidade que o romantismo tradicional proporciona.

Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt, de 50/50) é um escritor de cartões comemorativos que revisita os 500 dias em que Summer Finn (Zooey Deschanel, da série New Girl) fez parte de sua vida. A empolgação do início, as conversas na cama, as brincadeiras e a identificação nas opiniões do outro, até chegar à desilusão, de quando a realidade bate na porta e te aponta o que realmente estava acontecendo ali. Por fim, o apoio nas coisas boas que te restaram na vida parece crucial para sua sobrevivência, mas a idéia de que aquela outra pessoa ainda está por aí, fazendo parte do universo em que você vive, traz aquele aperto e insegurança de volta.

Uma coisa quase universal sobre 500 Days of Summer é que todos que já se relacionaram com outra pessoa pelo menos uma vez na vida vão se sentir na pele de um dos dois protagonistas em algum momento do filme. Tom, o pobre desiludido, que se apaixonou e sentiu a felicidade imensa e a sensação de eternidade, que preferiu acreditar nas coisas boas do amor e se esqueceu que a outra pessoa pode não te enxergar da mesma maneira, ou Summer, a livre e inconstante, que sabe o que quer e sabe que, quando não é a hora, o melhor a se fazer é ser honesta quanto aos sentimentos e evitar repressões e enganações. Esses são os aspectos que definem os dois lados de um namoro que, por mais divertido que possa parecer, não era para acontecer. A idéia da felicidade havia sido projetada pelo lado que queria fazer dar certo, enquanto o outro lado, aquele que percebeu que tudo é uma questão de momento, conseguiu se esquivar colocando a si mesmo em primeiro lugar.

Uma comédia romântica passa por várias etapas: o casal se conhece, um dos dois (ou ambos) tem alguma relutância, se entregam ao amor, vivem uma alternância de períodos felizes e tristes, um término, uma epifania, e chegam ao desfecho, seja juntos ou separados. 500 Days of Summer encaminha Tom e Summer por todas essas etapas, e adiciona várias outras pelo caminho. É tudo muito comum e relacionável, os namoros de todos nós representados em quadro. E, apesar do sofrimento, a mensagem do filme é otimista: não foi agora, mas pode ser depois. É um roteiro muito especial e único, transformado em uma direção que transforma tudo numa ilustração de um livro, um visual engenhoso para despertar maior empatia; como por exemplo, dividir a tela em duas realidades, uma mostrando a verdade grosseira, e a outra as expectativas do personagem.

A honestidade charmosa faz com que a mensagem seja recebida sem o baque do confronto. Com a criatividade da narrativa e os dois personagens incrivelmente bem caracterizados e atuados, escolhi 500 Days of Summer para O Baú dessa semana por, apesar de atual, já ter se tornado um clássico alternativo do romance e da cultura popular, repleto de referências do cenário musical e cinematográfico independente e não se esquecendo de manter a história sempre firme.

To die by your side is such a heavenly way to die…




2 comentários:

  1. Muito boa sua crítica. Eu, particularmente, me colocaria no lugar de Tom haha. Mas a gente aprende um dia neh. rs

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  2. Nossa esse filme passou tantas vezes na FOX que eu acabei assistindo em "picadinho",mas adorei é impossível não se identificar com os personagens.
    Beijo

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